segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Leitura complementar

Segundo momento

 Leitura complementar
Distribuir  uma folha contendo o texto II  para interpretação oral e escrita. Conversar com os alunos sobre o objetivo de cada texto.


Texto II



O TEAR TRADICIONAL

            Em muitos lugares do Brasil o tear manual se tornou peça de museu.
            Em algumas casas, que ainda desejam reter um pouco do passado tranquilo, mesmo com alguma dose de saudosismo, a velha roca serve de enfeite.
            As velhas tecelãs
            Em alguns municípios de Goiás podem-se ver velhas tecelãs confeccionando várias peças de tecidos, agora valorizadas pelo turismo.
            A matéria empregada é o algodão. O algodão é colhido, depois descaroçado. Separam os caroços das fibras. O resto das impurezas é retirado nas cardadeiras (espécie de escova de aço).
               A seguir tem início o trabalho feito no fuso, na roca. O fio é enrolado em novelos nas caneleiras. Começa então o trabalho no tear. 
             Receitas de pontos
            No tear as tecelãs misturam os fios de variadas cores, executando diversos pontos de acordo com a "receita de pontos", que no seu linguajar simples denominam-se: xadrez, xadrezinho, xadrez lixo, xadrezão, xis, em cruz, rosa, rosinha, esteira, esteirinha,  riscado, riscadinho, chumbadinho, olho de mosquito, olhinho, peninha, galhinho, emparelhado, grão de areia. Os nomes são dados pelo mundo que as rodeia.
            Os tecidos
            De acordo com o tipo de ponto, os tecidos têm diversas utilidades: para colcha, para camisa de homem, para vestido de mulher, roupas de criança, roupas de cama.
            Tingem os tecidos com tintas corantes originárias de certas plantas , barro, ferrugem, conseguindo as cores: vermelha, azul, preta, marrom e outras.
            As técnicas tradicionais deste artesanato estão se revitalizando, graças ao turismo e á educação do povo, que passou a valorizar a tradição.
                                                                                  Brasil- Histórias , costumes e lendas.
                                                                         Pesquisa e texto de Alceu Maynard Araújo.



Atividades


1) Em relação ao tema, há alguma semelhança entre o conto A moça tecelã e o texto O tear tradicional? Qual?

2) Explique o objetivo de cada texto?

3) Segundo o texto de Alceu Maynard Araújo. A que papel está relegado o tear manual?



Terceiro momento
Pesquisa em grupo
            Dividir os alunos da turma em cinco grupos. Cada grupo pesquisará  um dos itens abaixo na internet,  em jornais, revistas, enciclopédias, histórias de fadas ou mitológicas,  podendo também entrevistar pessoas que estejam  a par do assunto.
             A apresentação pode ser feita por meio de vários recursos: exposição oral, narrativa, cartazes, fotos, ilustrações , letra de música, filmes, artigos de jornais ou revistas, etc.
grupo A:  Da roca à indústria.
grupo B:  O que é ser tecelão nos dias de hoje.
grupo C : Tecedeiras célebres nas histórias lendárias .  (Penélope, Aracne,  A Bela Adormecida...)
grupo D:  O que um tear pode tecer.
grupo E:  De que outras maneiras é possível produzir roupas, toalhas, mantas, tapetes, etc.

Quarto  momento
Dramatização
Representação do conto A moça tecelã  ou  do mito de Aracne.
Levar os alunos a criar diálogos, ensaiar  falas e gestos, imaginar cenários e sons. Se desejar, dividir a história em várias e pequenas cenas, incluindo outras personagens; assim, mais  alunos poderão participar.

Quinto  momento
Produção textual
 Sugestões de produção individual ou em duplas (a escolha):

. Entrevista com a moça tecelã.
 Fazer uma entrevista com a moça tecelã perguntando sobre o trabalho dela,  quais são seus sonhos e as decepções, alegrias, desejos .... 

. Escrita de bilhete ou carta
Escrever  um bilhete ou uma carta endereçada à  moça tecelã convidando-a para expor seus trabalhos numa exposição que acontecerá numa cidade encantada.
                                                                                 
. Escrita de texto individual
 Se o tear mágico fosse seu, o que você faria com ele? Quem ou o que teceria ou desteceria? O que mudaria na natureza? O que alteraria em você fisicamente  e psicologicamente? E em sua casa? Em sua cidade? No Brasil? No mundo? Ao tecer e destecer a realidade, mencione os motivos de suas ações.
Descreva também o que você pode mudar sem o tear mágico.






6º momento
Socialização das produções textuais
Após a correção o/a  professor(a) sorteará   algumas produções  para serem lidas e comentadas de acordo com os critérios preestabelecidos,  tais como: adequação do tema, estilo personalizado, criatividade, graça, riqueza do vocabulário e outros...


7º momento
Entretenimento
Adivinhe o que faço!
 Dois alunos leem (alternadamente) o início das frases. Os demais têm um minuto para dizer o nome do profissional correspondente à explicação.  Veja  o exemplo:

            No meu tear, teço redes, mantas, toalhas... O que sou? Tecelã.

.Estudo e exploro cavernas. O que sou?
espeleólogo
. Sou especialista no estudo racional da alimentação. O que sou?
nutricionista
. Carrego e descarrego navio no cais .O que sou?
estivador
. Atendo o público no posto de gasolina.O que sou?
frentista
.Monto  a cavalos de corrida.O que sou?
jóquei
. Faço limpeza urbana.O que sou?
gari
.Sou médico especialista em ouvido, nariz e garganta. O que sou ?
otorrinolaringologista
.Dedico-me à criação de abelhas.O que sou?
apicultor
.Fabrico fogos de artifício. O  que sou?
pirotécnico
.Guardo ou conduzo gado. o que sou?
vaqueiro
.Criou peças de ouro e prata e as comercializo. O que sou?
ourives
.Fabrico peças de barro: louça, telhas...O que sou?
topógrafo
.Crio coleções de costura e supervisiono sua execução... O que  sou?
estilista

                                                                       ( Atividades adaptadas)










TEXTO COMPLEMENTAR




Na mitologia grega, Aracne (jovem lídia) quis medir-se na arte da tecelagem com Atena, deusa da Razão superior e mestra da tecelagem. Todos os deuses compareceram, e o  concurso começou. Atena bordou as doze divindades do Olimpo em sua majestade e, nos quatro cantos da obra, evocou os castigos nos quais incorrem os mortais que ousam desafiá-las. Não se importando com essa advertência, Aracne representou seu bordado os amores dos deuses pelos mortais. Ultrjada, Atena bateu na jovem com uma naveta.  Desesperada, Aracne quis enforcar-se, mas Atena a impediu e a metamorfoseou em aranha, a qual, desde então, não cessará de balançar-se na ponta de seu fio. Ela é assim símbolo da queda do ser, da ambição demiúrgica punida e, portanto, uma advertência : ninguém pode rivalizar com os deuses.
                                                                                  Jean-Paul Ronecker

Glossário
lídia: natural ou habitante da Lídia ( Ásia Menor).
naveta: lançadeira de certas máquinas de costura ou de tear, de feitio semelhante ao de pequeno barco.

demiúrgica: relativo a demiurgo; deus supremo que criou o mundo. Denomina também os deuses inferiores, criadores dos seres mortais.



  
Texto II
Aracne

                Aracne era uma bela moça, filha de um tintureiro de lã na cidade de Colofon, e por isso bordava e tecia, tendo um grande talento para essa arte. À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também se aperfeiçoava, e logo seus trabalhos eram disputados por todas as mulheres da cidade. Algumas mulheres vinham de longa distância para ter uma peça bordada da artesã e todas comentavam sobre a beleza de seu trabalho.
                Atena, a deusa protetora das obreiras e artesãos, teve conhecimento de que todas as mulheres consideravam os bordados de Aracne melhores do que os seus. Como Deusa das Artes, Atena foi desafiada numa competição de destreza. Ambas trabalhavam com rapidez e habilidade.
                Quando as tapeçarias ficaram terminadas, Atena admirou o trabalho impecável de sua competidora, mas ficou furiosa porque Aracne ousou ilustrar as desilusões amorosas de Zeus, pai de Atena, em sua tapeçaria. O tema de sua tapeçaria ocasionou a ruína de Aracne. Atena ficou furiosa e destruiu o trabalho de Aracne, transformando-a em aranha, condenada para sempre a tecer.

Texto IV

Penélope, o amor que não se cansa de esperar

                Penélope foi uma heroína mítica, cuja beleza não era maior que seu caráter e sua conduta. Filha de Icário, um príncipe espartano, Ulisses pediu-a em casamento conquistando-a entre muitos competidores que participaram dos jogos instituídos por seu pai. Porém depois do casamento, quando chegou o momento em que a jovem esposa deveria deixar a casa paterna, seu pai Icário não aceitando a ideia de separar-se da filha, tentou persuadi-la a permanecer ao seu lado e não acompanhar o marido a Itaca. Ulisses deixou que Penélope escolhesse e ela silenciosamente cobriu o rosto com um véu e seguiu o marido. Icário entendeu e mandou construir uma estátua do Pudor onde se havia separado da filha.
                Ulisses e Penélope haviam se casado e apenas um ano depois tiveram de separar-se em virtude da partida de Ulisses para a Guerra de Troia. Enquanto Ulisses guerreava em outras terras e seu destino era desconhecido, o pai de Penélope sugeriu que sua filha se casasse novamente, mas por ser uma mulher apaixonada e fiel ao seu marido, recusou dizendo que o esperaria a volta de Ulisses.
                Durante a longa ausência de Ulisses muitos duvidavam que ele ainda estivesse vivo ou que era improvável que algum dia retornasse. Penélope foi importunada por inúmeros pretendentes, dos quais parecia não poder livrar-se senão escolhendo um deles para esposo. Contudo, Penélope lançou mão de todos os artifícios para ganhar tempo, ainda esperançosa do regresso de Ulisses.
                Um de seus artifícios foi o de alegar que estava empenhada em tecer uma tela para o dossel funerário de Laertes, pai de seu marido, comprometendo-se em fazer sua escolha entre os pretendentes quando a obra estivesse pronta. Durante o dia, aos olhos de todos, Penélope trabalhava tecendo; à noite, secretamente desfazia o trabalho feito. E a famosa "Tela de Penélope" passou a ser uma expressão proverbial, para designar qualquer coisa que está sempre sendo feita mas que nunca termina.
                Porém tendo sido descoberta em seu artíficio, ela propôs outra condição ao seu pai. Conhecendo a dureza do arco de Ulisses, ela afirmou que se casaria com o homem que o conseguisse encordoar. Dentre todos os pretendentes, apenas um camponês humilde conseguiu realizar a proeza. Imediatamente este camponês revelou ser Ulisses, disfarçado após seu retorno. Penélope e Ulisses tiveram apenas um filho chamado Telêmaco.