Na mitologia grega, Aracne (jovem lídia) quis medir-se na arte da
tecelagem com Atena, deusa da Razão superior e mestra da tecelagem. Todos os
deuses compareceram, e o concurso
começou. Atena bordou as doze divindades do Olimpo em sua majestade e, nos
quatro cantos da obra, evocou os castigos nos quais incorrem os mortais que
ousam desafiá-las. Não se importando com essa advertência, Aracne representou
seu bordado os amores dos deuses pelos mortais. Ultrjada, Atena bateu na jovem
com uma naveta. Desesperada, Aracne quis enforcar-se, mas
Atena a impediu e a metamorfoseou em aranha, a qual, desde então, não cessará
de balançar-se na ponta de seu fio. Ela é assim símbolo da queda do ser, da
ambição demiúrgica punida e,
portanto, uma advertência : ninguém pode rivalizar com os deuses.
Jean-Paul
Ronecker
Glossário
lídia: natural ou habitante da Lídia ( Ásia Menor).
naveta: lançadeira de certas máquinas de costura ou de tear,
de feitio semelhante ao de pequeno barco.
demiúrgica: relativo a demiurgo; deus supremo que criou o mundo.
Denomina também os deuses inferiores, criadores dos seres mortais.
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